"Podemos muito bem, se for esse o nosso desejo, vaguear sem destino pelo vasto mundo do acaso. Que é como quem diz, sem raízes, exactamente da mesma maneira que a semente alada de certas plantas esvoaça ao sabor da brisa primaveril.
E, contudo, não faltará ao mesmo tempo quem negue a existência daquilo a que se convencionou chamar o destino. O que está feito, feito está, o que tem se ser tem muita força e por aí fora. Por outras palavras, quer queiramos quer não, a nossa existência resume-se a uma sucessão de instantes passageiros aprisionados entre o «tudo» que ficou para trás e o «nada» que temos pela frente. Decididamente, neste mundo não há lugar para as coincidências nem para as probabilidades.
Na verdade, porém, não se pode dizer que entre esses dois pontos de vista exista uma grande diferença. O que se passa - como, de resto, em qualquer confronto de opiniões - é o mesmo que sucede com certos pratos culinários: são conhecidos por nomes diferentes mas, na prática, o resultado não varia."
(Haruki Murakami, in 'Em Busca do Carneiro Selvagem')
(Para mim, tudo na Vida tem uma razão de ser. Eu sou daquelas pessoas que acredita que de alguma maneira, (e algures não sei onde), temos o destino "escrito". Também acredito piamente que, as pessoas que vamos encontrando no caminho da nossa Vida, não são fruto do acaso, muito menos as encontramos por mera coincidência. Até uma certa altura da minha vida, acreditei em coincidências, no entanto, e porque me fizeram ver mais além, comecei a analisar, a ver, a pensar e cheguei à conclusão que não as há. Há momentos, particularidades, razões, convicções, factos, ocasiões oportunas, e por ai adiante... que conjugadas com o querer, opções e/ou prioridades podem dar em acasos, mas nunca em coincidências. Todos os acontecimentos das nossas vidas são consequências de intervenções humanas. Existem factos distintos com características semelhantes.
É mais do que evidente que o Homem se transformou num ser egoísta, que não olha a meios para atingir os fins... aproveitando todas as oportunidades, acasos, momentos e fazendo parecer que são meras coincidências...
E concluio citando J. Haas : "Não existem coincidências, apenas desculpas para dar motivo a acontecimentos inesperados em nosso percurso. Existem paradoxos, porque o bem é mal e o mal vai além, mesmo que por bem, e extravasam palavras ambivalentes que se chocam na estrada. Enfim, tudo é relativo: depende quando, como, quem, pois só existe uma verdade e cada um conta sua mentira".)
(Um Sorriso)
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