Gota de água
Eu, quando choro,
não choro eu.
Chora aquilo que nos homens
em todo o tempo sofreu.
as lágrimas são minhas
mas o choro não é meu.
(António Gedeão)
(O tempo que demorei até conseguir tirar esta foto com o efeito que tem. Foi tirada ontem a meio da tarde. O reflexo que se vê dentro da gotinha, é real, nada foi alterado. Apenas lhe dei um pouco de luminosidade para realçar a sua beleza, só isso. Considero-a uma foto simplesmente fantástica. O resto, foi mesmo só: eu, a minha máquina, a minha sensibilidade e neste caso a minha paciência, para obter este resultado. Mais uma daquelas que me deu um prazer inexplicável. Mas, também...
...Existem prazeres que apaziguam...
Depois foi sentar-me em frente ao computador, pesquisar e tudo apareceu naturalmente. O Poema de António Gedeão, a musica de Chico Buarque, para juntar à minha "Gota d'água"... ui mais uma vez um trio que no meu entender traduz na perfeição toda a carga, a energia, o espírito, a essência, o significado, a interpretação, mas principalmente a garra e a força com que tirei esta foto. O original da foto, vai ficar guardado, muito bem guardado e no devido momento sairá do "baú". Esta foto poderá ter 1001 interpretações, mas a minha, aquela que eu lhe dei/dou, essa só eu sei e vai ficar gravada na minha alma, como diz a música:
Já lhe dei meu corpo
Minha alegria
Já estanquei meu sangue
Quando fervia
Olha a voz que me resta
Olha a veia que salta
Olha a gota que falta
Pro desfecho da festa
......
(Um Sorriso)
Explicação da Eternidade
devagar, o tempo transforma tudo em tempo.
o ódio transforma-se em tempo, o amor
transforma-se em tempo, a dor transforma-se
em tempo.
os assuntos que julgámos mais profundos,
mais impossíveis, mais permanentes e imutáveis,
transformam-se devagar em tempo.
por si só, o tempo não é nada.
a idade de nada é nada.
a eternidade não existe.
no entanto, a eternidade existe.
os instantes dos teus olhos parados sobre mim eram eternos.
os instantes do teu sorriso eram eternos.
os instantes do teu corpo de luz eram eternos.
foste eterna até ao fim.
(José Luís Peixoto, in "A Casa, A Escuridão")
(Para mim, aqui está mais uma junção perfeita entre: uma foto minha, uma música dos Muse, e o poema do José Luís Peixoto. Esta foto, foi tirada num dia onde eternizei vários momentos em mim, que serão eternos até ao fim...porque há momentos, que o tempo não leva, não apaga, não esquece, eterniza-os até ao fim... e no fim o tempo, o tempo, esse um dia me dará razão...)
(Um Sorriso)
"A beleza começou por ser uma explicação que a sexualidade deu a si-própria de preferências provavelmentente de origem magnética. Tudo é um jogo de forças, e na obra de arte não temos que procurar «beleza» ou coisa que possa andar no gozo desse nome. Em toda a obra humana, ou não humana, procuramos só duas coisas, força e equilíbrio de força - energia e harmonia.
Perante qualquer obra de qualquer arte - desde a de guardar porcos à de construir sinfonias - pergunto só: quanta força? quanta mais força? quanta violência de tendência? quanta violência reflexa de tendência, violência de tendência sobre si própria, força da força em não se desviar da sua direcção, que é um elemento da sua força?
(Fernando Pessoa, Jogo de Forças in 'Correspondência')
(A Força ou as Forças? A energia que vem de dentro... ou a Energia magnética? A obra humana no seu conjunto, ou a obra-prima que se vai contruindo ao longo dos anos? O jogo da vida ou a vida num jogo? Questões que se me colocam e para as quais vou tendo as respostas... com o equilibrio da Vida pela Vida... A minha força natural, essa, é-me intrínseca...)
(Um Sorriso)
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