Sábado, 5 de Abril de 2008
"A vida é para nós o que concebemos dela. Para o rústico cujo campo lhe é tudo, esse campo é um império. Para o César cujo império lhe ainda é pouco, esse império é um campo. O pobre possui um império; o grande possui um campo. Na verdade, não possuímos mais que as nossas próprias sensações; nelas, pois, que não no que elas vêem, temos que fundamentar a realidade da nossa vida."
(Fernando Pessoa)
(Que palavras, tão simples e tão belas! Reais...concretas, e tocantes. Os campos, os impérios, os efeitos, as sensações, os momentos, e os reflexos, existem... eu sei que sim. Porque realmente a vida é para nós o que concebemos dela... Vivo!!!)
(Um Sorriso)
música: Jorge Palma - Quem és tu de novo
De Egoista a 30 de Abril de 2008 às 16:15
Quando a janela se fecha e se transforma num ovo
Ou se desfaz em estilhaços de céu azul e magenta
E o meu olhar tem razões que o coração não frequenta
Por favor diz-me quem és tu, de novo?
Quando o teu cheiro me leva às esquinas do vislumbre
E toda a verdade em ti é coisa incerta e tão vasta
Quem sou eu para negar que a tua presença me arrasta?
Quem és tu, na imensidão do deslumbre?
As redes são passageiras, as arquitecturas da fuga
De toda a água que corre, de todo o vento que passa
Quando uma teia se rasga ergo à lua a minha taça
E vejo nascer no espelho mais uma ruga
Quando o tecto se escancara e se confunde com a lua
A apontar-me o caminho melhor do que qualquer estrela
Ninguém me faz duvidar que foste sempre a mais bela
Por favor, diz-me que és alguém, de novo?
Quando a janela se fecha e se transforma num ovo
Ou se desfaz em estilhaços de céu azul e magenta
E o meu olhar tem razões que o coração não frequenta
Por favor diz-me quem és tu, de novo?
O Olhar vai dizer-me um dia "Quem és tu de novo"
O meu Poeta preferido :)
As palavras que nos tocam e nos fazem evoluir.
As sensações experimentadas que nos fazem sonhar e viver.
A simplicidade como lema...
Beijinho *
^º^
De Doce a 7 de Abril de 2008 às 10:00
Definitivo, como tudo o que é simples.
A nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas
e não se cumpriram.
Por que sofremos tanto pela vida?
O certo seria não sofrer-mos,
apenas agradecer por termos conhecido
uma pessoa tão especial,
que gerou em nós um sentimento intenso
e que nos fez companhia por um tempo razoável,
um tempo feliz.
Sofremos por quê?
Porque automaticamente esquecemos
o que foi desfrutado e passamos a sofrer
pelas nossas projeções irrealizadas,
por todas as cidades que gostaríamos
de ter conhecido ao lado dessa pessoa
e não conhecemos,
por todos os shows e livros e silêncios
que gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.
Sofremos não porque
nosso trabalho é desgastante e paga pouco,
mas por todas as horas livres
que deixamos de ter para ir ao cinema,
para conversar com um amigo,
para nadar, para namorar.
Sofremos não porque a nossa mãe
é impaciente conosco,
mas por todos os momentos em que
poderíamos estar-lhe confidenciando as
nossas mais profundas angústias
se ela estivesse interessada em nos
ouvir e compreender.
Sofremos não porque a nossa equipe perdeu,
mas pela euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos,
mas porque o futuro está-nos a ser
confiscado,
impedindo assim que mil aventuras
nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e
nunca chegamos a experimentar.
Como aliviar a dor do que não foi vivido?
A resposta é simples como um verso:
Iludindo-se menos e vivendo mais!!
A cada dia que vivo,
mais me convenço de que o
desperdício da vida
está no amor que não damos,
nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca,
e que, esquivando-se do sofrimento,
perdemos também a felicidade..
A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional.
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